DVD: Onde Vivem os Monstros
17 maio 2010
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testemunhas
Quantos filmes retratando a infância, na sua essência, você conhece? Quantos conseguem fazer isto de forma competente? Começo aqui essa breve resenha sobre Onde Vivem os Monstros com este questionamento, pois considero este filme uma verdadeira ode a esta fase de nossas vidas.
O filme é baseado em uma obra infantil norte-americana escrita em 1963 por Maurice Sendak. Where The Wild Things Are originalmente é composto por diversas ilustrações, que preenchem quase toda as páginas, e apenas 338 palavras.
A obra é de uma inocência incrível. Tudo o que Lewis Caroll quis mostrar em Alice o diretor Spike Jonze nos mostra com essa película, pois assim como Alice, Max aborrecido com a sua mãe e todos a sua volta vai para um mundo idealizado por ele.
Onde Vivem os Monstros fala sobre os dilemas da infância e o amadurecimento. Tudo isso é tratado de forma mágica e sútil, ora depressivo, ora radiante - como a mente de uma criança.
Cada monstro representa uma alegoria de um sentimento de Max como solidão, carinho, alegria, calma, egocentrismo, fragilidade, melancolia, parceria e agressividade.
Carol, o mais querido de Max, é interpretado por James Gandolfini (da série A Família Soprano). Ele representa o egocentrismo e avidez de Max. Kw Também muito querida por Max representa o espírito materno, da proteção, do cuidado. Cada personagem tem sua particularidade e importância para o filme.
A fotografia do filme é bela, com tomadas fechadas e escuras - meio claustrofóbicas - alternando com tomadas de abertas ao dia, para mostrar a alegria dos personagens. Os monstros tem pouquíssima computação gráfica, sendo usadas roupas na forma dos personagens para que os atores podecem vestir e dar maior fluidez e veracidade às cenas.
Outro ponto alto do filme é a trilha sonora, composta por Karen O (Yeah Yeah Yeahs), que pontua a tempestade de sentimentos que fazem parte da mente de Max e seus companheiros. É tão boa que foi indicada ao Grammy e ao Globo de Ouro.
O Cena do Crime recomenda deixar aflorar a criança que tem dentro de você e entrar na bagunça.
Um dos melhores filmes pra mim, assisti ontem com as minhas filhas e hoje elas amanheceram brincando com os nome dos personagens Karol e Kw. As crianças dão muitas dicas de suas necessidades quando as coisas não vão bem, é preciso estar atento para perceber.
O ponto alto do filme “Havia alguns edifícios muito altos que podiam andar. O mais alto deles é mordido por um vampiro que perde os dentes após o ataque e chora. Outros vampiros perguntam o motivo do choro e ele explica que perdeu seus dentes, e não eram de leite. Então os vampiros o deixam, porque não poderia ser mais um vampiro”. Cara fiquei emocionado vendo ele dançando para a mãe e depois contando a história. Há uma inibição e a mãe não viu.
Têm cenas que mexeram muito, parecendo um pouco com a minha vida, emocionante.
Muito forte a personalidade de cada monstro, que representa cada sentimento do menino, mas tem um monstro Kw que acho que é a irmã dele. Recomento que assistam logo, urgente.
A trilha sonora de Where the Wild Things Are, demais, vou baixa para escutar.
Outra vez, e não era uma vez, souberam contar uma super história sobre um livro chamado Where the Wild Things Are. Parabéns.