Atenção Todas as Unidades! #5: The Walking Dead
17 novembro 2010
2
testemunhas
E voltando - literalmente - do mundo dos mortos, vem a seção de dicas e recomendações do CdC!
Hoje, atrasado como sempre, venho recomendar o seriado mais hypado dos últimos tempos (que já está no terceiro episódio): The Walking Dead! Ou em nossa língua: Os Mortos que Andam! Ou mais comumente: Os Mortos-Vivos! Seja o que for, atire sempre na cabeça e não gaste munição à toa!
A série é uma produção do canal americano AMC - que apesar de ser meio desconhecido por nós, produziu a aclamada Mad Men - e é uma adaptação dos quadrinhos de Robert Kirkman lançados pela Image Comics em 2003.
O Kirkman, aliás, teve que mentir um pouco sobre o conteúdo da história pra conseguir ser publicado pela Image. Mais aí a parada estourou e virou sucesso. Depois de muito esperada, a adaptação chegou no dia 31 de outubro nos EUA e dia 2 de novembro aqui no Brasil.
Enfim, não li os quadrinhos. Ééé, que vergonha. Mas como eu sou alucinado por zumbis ou qualquer coisa relativa, vou falar sobre o que vi na tv. Por isso o #ATU de hoje mantem o foco no seriado, ok? Certo Capitão!
No ínicio somos apresentados à rotina do xerife Rick Grimes, interpretado com cara de paisagem por Andrew Lincoln, através de uma ocorrência que ele atende na pequena cidadezinha onde mora. Pois bem, Grimes é baleado no confronto com alguns bandidos. Ele entra em coma e acorda no hospital algum tempo depois. Sozinho.Confuso. E no meio de um apocalipse zumbi.
Até aí, ok. Quer dizer, pra gente. Nada demais, já que essa é meio que a premissa do excelente Extermínio (28 days) , filme de Danny Boile lançado em 2002. Mas aí vamos acompanhar o xerife nesse novo entendimento do mundo, já que nada foi explicado e estamos tão confusos quanto ele. No hospital arrasado, Grimes só encontra caos, abandono e cadáveres. Alguns nem tão cadáveres assim. Na hora que Rick encontra uma zumbi rastejando com apenas metade do corpo, com o rosto destruído e ressecado, você vê que o investimento em maquiagem e efeitos especiais ultrapassam qualquer produção do gênero. Não é questão de tripas e sangue bem feitos. O efeito é realmente sombrio, você fica com pena da zumbizinha. E Rick também, já que essa é a hora do Mas que porra é essa?!
Ao longo do primeiro episódio, que foi ao ar no Brasil com alguns vacilos da Fox, a trama segue aquele padrão: o herói preocupado busca a família a todo custo, temendo pelo pior. No caso, Rick procura a esposa Lori e o filho Carl.
Mas esse clichê não dura muito. Logo ele encontra alguns sobreviventes se esforçando pra sobreviver como dá. Primeiro, o desconfiado Morgan e seu filho Dwayne, que tem que cuidar dos seus próprios dilemas familiares. Em seguida, Grimes topa com um grupo que organiza um pequeno acampamento nos arredores de Atlanta - que está completamente arrasada e cheia de desmortos. E é com esse grupo de pessoas comuns que a história segue adiante. Não há heróis, não há exímios atiradores que sempre acertam a cabeça dos mortos-vivos, não há destemidos. Há homens, mulheres, crianças e velhos, cada um com suas fraquezas. Os atores são todos desconhecidos - pelo menos pra mim - e, com raras exceções, bastante competentes. É bem aquele esquema de gente comum mesmo.
O visual é impressionante. O filtro usado na imagem deixa tudo meio... hã... Morto mesmo, com o perdão do trocadilho. As cores esverdeadas e o contraste na iluminação deixam os cenários mais desolados. A trilha sonora incidental é absurdamente tensa. Os sacos de cadáveres, os carros destruídos nas estradas, as mensagens escritas nas paredes (mais ou menos como o ambiente de Left 4 Dead, pra quem já curtiu esse game), tudo mostra o desespero que deve ter dominado os últimos dias da sociedade.
E falando em sociedade, esse é o foco da série: as relações humanas. Aliás, não só dessa série, claro. Quem curte o tema sabe que George Romero - o verdadeiro pai dos zumbis modernos - já enfatizava a podridão das relações sociais nos seus primeiros filmes. Em Extermínio, vemos um grupo de militares enlouquecidos que são mais perigosos que os próprios infectados. Em Zumbilândia, o protagonista Columbus explica no começo que só sobreviveu por ser um verdadeiro anti-social. Enfim, os exemplos são muitos.
E em The Walking Dead o foco cai em cima disso: como conviver em sociedade quando o mundo todo foi pro car*alho? Onde ficam os limites e a racionalidade das pessoas? Como sobreviver sem regras e leis? O principal é o cotidiano. Como arrumar comida e abrigo, como lavar a roupa, como fazer fogo, como ir ao banheiro... Cada detalhe importa. Bem aos poucos vamos descobrindo mais sobre o passado do grupo. Vemos o que cada um fazia antes, e como a tragédia mudou a personalidade de cada um. Nos episódios iniciais o clima é tenso, não pelos comedores de cérebro que espreitam os sobreviventes, mas por que ficamos sabendo do motivo de Rick ter sido abandonado no hospital pela família. O clima de vai dar merda é constante.
Até aí, ok. Quer dizer, pra gente. Nada demais, já que essa é meio que a premissa do excelente Extermínio (28 days) , filme de Danny Boile lançado em 2002. Mas aí vamos acompanhar o xerife nesse novo entendimento do mundo, já que nada foi explicado e estamos tão confusos quanto ele. No hospital arrasado, Grimes só encontra caos, abandono e cadáveres. Alguns nem tão cadáveres assim. Na hora que Rick encontra uma zumbi rastejando com apenas metade do corpo, com o rosto destruído e ressecado, você vê que o investimento em maquiagem e efeitos especiais ultrapassam qualquer produção do gênero. Não é questão de tripas e sangue bem feitos. O efeito é realmente sombrio, você fica com pena da zumbizinha. E Rick também, já que essa é a hora do Mas que porra é essa?!
Ao longo do primeiro episódio, que foi ao ar no Brasil com alguns vacilos da Fox, a trama segue aquele padrão: o herói preocupado busca a família a todo custo, temendo pelo pior. No caso, Rick procura a esposa Lori e o filho Carl.
Mas esse clichê não dura muito. Logo ele encontra alguns sobreviventes se esforçando pra sobreviver como dá. Primeiro, o desconfiado Morgan e seu filho Dwayne, que tem que cuidar dos seus próprios dilemas familiares. Em seguida, Grimes topa com um grupo que organiza um pequeno acampamento nos arredores de Atlanta - que está completamente arrasada e cheia de desmortos. E é com esse grupo de pessoas comuns que a história segue adiante. Não há heróis, não há exímios atiradores que sempre acertam a cabeça dos mortos-vivos, não há destemidos. Há homens, mulheres, crianças e velhos, cada um com suas fraquezas. Os atores são todos desconhecidos - pelo menos pra mim - e, com raras exceções, bastante competentes. É bem aquele esquema de gente comum mesmo.
O visual é impressionante. O filtro usado na imagem deixa tudo meio... hã... Morto mesmo, com o perdão do trocadilho. As cores esverdeadas e o contraste na iluminação deixam os cenários mais desolados. A trilha sonora incidental é absurdamente tensa. Os sacos de cadáveres, os carros destruídos nas estradas, as mensagens escritas nas paredes (mais ou menos como o ambiente de Left 4 Dead, pra quem já curtiu esse game), tudo mostra o desespero que deve ter dominado os últimos dias da sociedade.
E falando em sociedade, esse é o foco da série: as relações humanas. Aliás, não só dessa série, claro. Quem curte o tema sabe que George Romero - o verdadeiro pai dos zumbis modernos - já enfatizava a podridão das relações sociais nos seus primeiros filmes. Em Extermínio, vemos um grupo de militares enlouquecidos que são mais perigosos que os próprios infectados. Em Zumbilândia, o protagonista Columbus explica no começo que só sobreviveu por ser um verdadeiro anti-social. Enfim, os exemplos são muitos.
E em The Walking Dead o foco cai em cima disso: como conviver em sociedade quando o mundo todo foi pro car*alho? Onde ficam os limites e a racionalidade das pessoas? Como sobreviver sem regras e leis? O principal é o cotidiano. Como arrumar comida e abrigo, como lavar a roupa, como fazer fogo, como ir ao banheiro... Cada detalhe importa. Bem aos poucos vamos descobrindo mais sobre o passado do grupo. Vemos o que cada um fazia antes, e como a tragédia mudou a personalidade de cada um. Nos episódios iniciais o clima é tenso, não pelos comedores de cérebro que espreitam os sobreviventes, mas por que ficamos sabendo do motivo de Rick ter sido abandonado no hospital pela família. O clima de vai dar merda é constante.
Os clichês estão lá, claro: o "aprendizado" sobre como matar um zumbi, a busca pelo lugar seguro indicado pelas transmissões de rádio, aquela pessoa do grupo que acha que é uma questão de tempo pra tudo ficar bem... Mas isso se dissipa com a riqueza dos personagens, já que The Walking Dead não é uma série só sobre Rick Grimes. Ele está lá apenas pela necessidade dramatúrgica de organizar a trama em torno de alguém.
No primeiro episódio vemos Rick, com o uniforme da polícia, atirar contra uma garotinha de mais ou menos 8 anos que tenta atacá-lo. Vemos também uma multidão de zumbis devorarem o cavalo (!) que o xerife usou para chegar a atlanta. No segundo, um valentão que perturbava a paz do grupo é algemado e deixado pra morrer na cobertura de um edifício infestado de desmortos. No terceiro - e mais recente -, vemos que o destino dele foi trágico e digno da franquia Jogos Mortais. O que vem a seguir? Mais angústia.
E enfim, a violência e a ação estão lá. Tiros, porradas com bastão de beisebol e similares, até flechada na cara os mortos-vivos levam. É importante esclarecer que eles estão nojentos e apodrecidos como qualquer bom zumbi que se preze, mas com um adicional: eles tem personalidade! Sério, é incrível como o olhar de alguns te faz ficar tenso! Lembram do clima de vai dar merda que eu falei lá em cima? Então...
Assista The Walking Dead às terças, 22h, no canal Fox. Se você não tem tv a cabo, dê seu jeito. Eu juro que não conto pra ninguém se você procurar os episódios na internet. Só não perca essa série. E não esqueça de acertar na cabeça.
e não gastar balas à toa.
Principalmente as de menta.